quinta-feira, 19 de abril de 2012

GERMINAL

 



NÃO ESQUEÇA  AMANHÃ (20/04/2012) ÁS 08:30 , NO CINE TEATRO COLISEU, 
 
a rexibição de GERMINAL !!

INGRESSO: 1kg de alimento não perecível destinado a entidades carentes.
 
 
Venha e traga seus amigos !!
 
 
 

terça-feira, 17 de abril de 2012

GERMINAL

NÃO ESQUEÇA :  HOJE (17/04/2012)  ÁS 19 HORAS, NO AUDITÓRIO DO IFSul,  a exibição de GERMINAL    !!

INGRESSO: 1kg de alimento não perecível destinado a entidades carentes.

Venha e traga seus amigos!!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

QUANDO A ARTE OBSERVA A CIÊNCIA...


Prof.ª Dra. Vera Haas

Como prometi, eis-me de volta, agora para traçar um possível paralelo entre o recente Um método perigoso, de David Cronemberg (2012), e Germinal, de Claude Berri (1993). Para começar, é necessário delimitar o recorte: comentarei com vocês alguns procedimentos que sustentam a narração.
Os dois filmes foram adaptados a partir das obras literárias, The talking cure, de Cristopher Hampton, e Germinal, de Émile Zola, respectivamente.Nos dois casos, o tema e a abordagem narrativa remetem ao trabalho científico. Enquanto Germinal focaliza a luta pela sobrevivência por parte de famílias empregadas nas minas de carvão, Um método perigoso incide sobre a relação entre os pais da psicanálise (Freud e Jung), mediada por uma paciente, Sabina Spielrein. Na linha do realismo naturalismo caro a Zola, Berri aposta em cenas que recuperam uma atitude de exploração sedimentada por teorias científicas que apostavam na supremacia de alguns homens (e raças) sobre outros. A câmera sensibiliza o espectador com sequências em que a ênfase nos aspectos biológicos da condição humana sublinha a animalidade a que são submetidas as gerações exploradas por um grupo de proprietários ricos. Um plnao geral revela a intimidade sexual do casal partilhada com os demais membros da casa. O lusco-fusco da madrugada mostra crianças das mais diversas idades dormindo amontoadas e, gradualmente, acordando para ir às minas: elas levantam cambaleantes, simplesmente amarrando as roupas, já prontas para o trabalho que as aguarda. O enlace entre homem e mulher é colhido a partir de um sexo quase brutal. A formação de outra família é vista sob o prisma do sustento e das bocas por alimentar: um alívio para a família da moça, um a menos para comer, uma aflição e um auxílio para o homem que casa, pois terá novas despesas, mas a esposa trabalhará para ele. E os baixos salários requerem de mães e filhas o ingresso na prostituição, único meio de aumentar o caldo servido à mesa. Assim, a caridade das mulheres burguesas é antes uma ofensa que uma atitude generosa. A loucura dos velhos e a morte dos jovens são saídas oferecidas não pela natureza, mas pelas vis condições de trabalho.
Cronemberg, ao retomar as relações entre Freud e Jung e a figura de Spielrein, utiliza uma câmera que cria situações em que a tensão dramática vivida pelos personagens parece receber uma capa de frieza: a mudança de ponto de vista durante longos diálogos entre os dois homens. Enquanto debatem suas ideias, os protagonistas são vistos em sequências em que o plano americano do conjunto traz alternâncias na figura em primeiro plano: ora Freud, ora Jung ocupa o lugar de destaque na cena. O mesmo já ocorria nas cenas em que Jung trata Sabina. O psiquiatra coloca-se atrás da paciente e investe em um jogo de perguntas e respostas em que acata as associações da jovem, certo de que a cura está não apenas na conversa, mas também na recuperação de imagens e sentidos propostos pelo doente, ou seja, pelo universo cultural ao qual ele pertence. Deste modo, o diretor parece sugerir ao espectador que a disputa entre os dois psicanalistas é, ao mesmo tempo, uma contínua experimentação. O método adotado com os doentes é aquele que aplicam um ao outro, sugerem a câmera e os atores.
As duas obras provocam reflexões sobre os métodos científicos e a expressão desses dos resultados de uma pesquisa. O filme de Berri recusa a teoria de que alguns homens são melhores que outros, iluminando o romance de Zola pela ênfase em sequências cujo realismo choca e focalizando os debates acerca das novas relações de trabalho. O contraste entre esses dois pontos que sustentam a narração obrigam o espectador a tomar partido, ainda que o faça com horror. Cronenberg, por sua vez, aposta na frieza da câmera e no jogo de posições da cena, transferindo para a narração as relações do método psicanalítico. O espectador será obrigado a encontrar outras facetas de Freud e Jung, descobrindo sob a pele do cientista, a pulsação do homem.
Ainda umas palavras finais: as narrativas fílmicas abordadas apresentam cenas e situações em que a mulher é a figura de sustentação para os protagonistas e a figura menosprezada pelos mesmos. Acaso, estrutura social ou ficção? O leitor pode escolher onde buscar a resposta e que métodos usará para isso...


Este filme estreou em: 30 de Março de 2012
A história se baseia na peça The Talking Cure, de Christopher Hampton, que romanceia fatos e acompanha a relação dos pais da psicanálise, Jung e Freud, com a russa Sabina Spielrein (Keira Knightley), uma das primeiras mulheres psicanalistas da história, que foi paciente no hospital onde Jung trabalhava, em Zurique.

CURIOSIDADES

- Do mesmo diretor de Marcas da Violência e Senhores do Crime.

FICHA TÉCNICA

Diretor: David Cronenberg
Elenco: Michael Fassbender, Viggo Mortensen, Keira Knightley, Vincent Cassel, Sarah Gadon, Michael Fassbender
Produção: Martin Katz, Marco Mehlitz
Roteiro: Christopher Hampton
Fotografia: Peter Suschitzky
Trilha Sonora: Howard Shore
Duração: 99 min.
Ano: 2011
País: EUA
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Imagem Filmes
Estúdio: Recorded Picture Company (RPC) / Lago Film / Prospero Pictures
Classificação: 14 anos

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Curiosidades...


Aos interessados em um pouco de História do Cinema Mundial, um dos textos disponíveis na Internet é:






                Para pensar nosso filme do dia 17.03, sugiro um paralelo com um filme em voga nos cinemas, Um método perigoso, de David Cronemberg. O filme aborda as relações entre dois grandes pesquisadores, Freud e Jung, e uma paciente e colega, Sabina Spielrein.  O filme é uma adaptação da peça The talking cure, de Christopher Hampton, elaborada a partir do romance de John Kerr A most dangerous metod. A literatura e a sétima arte estão em constante conversação.

                A releitura distancia-se de Uma janela para a alma. O roteiro investe em uma narração que opta pela frieza, muitas vezes marcada por cenas em que os personagens são tomados em juntos mas em planos distintos. A proximidade esvazia-se em função das distinções de plano. A atuação de Micahel Fassbender e Viggo Mortensen é espetacular. Já a atuação da atriz que encarna Sabina pode ser vista sob dois prismas: o exagero que abre as portas para a compreensão dos traumas posteriormente analisados ou uma representação ainda em estudo e mal acabada.

                O roteiro é, sem dúvida, brilhante. Cada cena descortina nova percepção do método. Em xeque, o ser humano e sua complexidade em uma época ainda amarrada por preconceitos e ditames de ordem científica e religiosa. Vale a pena conferir!


 
Um Método Perigoso - 2011

Título original: A dangerous method

Lançamento: 2011

País: EUA

Diretor: David Cronenberg

Atores: Michael Fassbender, Keira Knightley, Viggo Mortensen e Vincent Cassel

Duração: 99 min 
Gênero: Drama

Michael Fassbender e Viggo Mortensen interpretam Jung e Freud, respectivamente.


                Na segunda-feira (você terá tempo para ver o filme), por aqui mesmo, leia os comentários sobre Um método perigoso e Germinal. Até lá!

GERMINAL: MÉTODO CIENTÍFICO OU NARRATIVA?



            O filme que iremos assistir dia 17 de abril chama-se Germinal. Embora um pouco “antiguinha” considerando-se o lançamento em 1993, a película dirigida por Claude Berri reapresenta com êxito a trama romanesca elaborada pelo escritor naturalista Émile Zola, ao final do século XIX. No elenco, atores como Gérard Depardieu, Jean-Pierre Bisson e Miou-Miou garantem a carga dramática e o tom realista das cenas.

            A seleção dos conflitos retirados do romance de Zola condiz com o momento de produção do filme: anos agitados, marcados por greves operárias (servidores públicos, trabalhadores do transporte aéreo, por exemplo). Por outro lado, com exceção dos planos mais fechados no semblante de Étienne (forasteiro carregado de ideias sobre liberalismo, patrões e direitos de trabalhadores), os conflitos vividos por esse personagem, agente social e, ao mesmo tempo, exemplo de um método científico, não aparecem no filme. A adaptação de um romance com cerca de 540 páginas requer cortes consonantes aos aspectos que o cineasta pretende sublinhar.

            A história filmada refere-se ao cotidiano de exploração sofrido pelos trabalhadores de várias minas de carvão na região de Montsou, França. Salários minguados, seres humanos humilhados, exaustivas jornadas e péssimas condições de trabalho são alguns dos pontos apresentados na película. Ainda assim, a vida precisava continuar em Deuxcenquarante, a vila de trabalhadores das minas Voreux, Jean-Bart e redondezas. Gradualmente, provocados pela situação de miserabilidade e pelas palavras do personagem vindo de fora, os mineiros começaram a ter consciência de que a forma de vida que levavam não era algo natural, que enquanto eles penavam por pão e água ao fim do dia, burgueses comiam fartamente. Cenas justapostas oferecem ao espectador o contraste entre as classes, mobilizando as opiniões favoráveis aos mineiros. Uma súbita redução de seus salários é a gota d’àgua: os proletários não suportavam mais aquela situação e resolveram reivindicar seus direitos, entrar em greve.

            Paralelamente, as vidas de seus familiares são afetadas por tudo o que diz respeito ao trabalho nas minas. As cenas iniciais chocam: a saída para o trabalho conta com um grupo em que as crianças são a maior parte da mão de obra. Ao mesmo tempo, os pequenos são as testemunhas mudas do resfolegar dos adultos, de ações que satisfazem necessidades biológicas sem que portas ou cortinas garantam privacidade a quem quer que seja.

            Aos mais curiosos, recomendo a leitura do livro e de comentários como os postados nos links abaixo indicados:

DIREITO, LITERATURA E CINEMA


HISTÓRIA, LITERATURA E CINEMA



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