quinta-feira, 12 de abril de 2012

GERMINAL: MÉTODO CIENTÍFICO OU NARRATIVA?



            O filme que iremos assistir dia 17 de abril chama-se Germinal. Embora um pouco “antiguinha” considerando-se o lançamento em 1993, a película dirigida por Claude Berri reapresenta com êxito a trama romanesca elaborada pelo escritor naturalista Émile Zola, ao final do século XIX. No elenco, atores como Gérard Depardieu, Jean-Pierre Bisson e Miou-Miou garantem a carga dramática e o tom realista das cenas.

            A seleção dos conflitos retirados do romance de Zola condiz com o momento de produção do filme: anos agitados, marcados por greves operárias (servidores públicos, trabalhadores do transporte aéreo, por exemplo). Por outro lado, com exceção dos planos mais fechados no semblante de Étienne (forasteiro carregado de ideias sobre liberalismo, patrões e direitos de trabalhadores), os conflitos vividos por esse personagem, agente social e, ao mesmo tempo, exemplo de um método científico, não aparecem no filme. A adaptação de um romance com cerca de 540 páginas requer cortes consonantes aos aspectos que o cineasta pretende sublinhar.

            A história filmada refere-se ao cotidiano de exploração sofrido pelos trabalhadores de várias minas de carvão na região de Montsou, França. Salários minguados, seres humanos humilhados, exaustivas jornadas e péssimas condições de trabalho são alguns dos pontos apresentados na película. Ainda assim, a vida precisava continuar em Deuxcenquarante, a vila de trabalhadores das minas Voreux, Jean-Bart e redondezas. Gradualmente, provocados pela situação de miserabilidade e pelas palavras do personagem vindo de fora, os mineiros começaram a ter consciência de que a forma de vida que levavam não era algo natural, que enquanto eles penavam por pão e água ao fim do dia, burgueses comiam fartamente. Cenas justapostas oferecem ao espectador o contraste entre as classes, mobilizando as opiniões favoráveis aos mineiros. Uma súbita redução de seus salários é a gota d’àgua: os proletários não suportavam mais aquela situação e resolveram reivindicar seus direitos, entrar em greve.

            Paralelamente, as vidas de seus familiares são afetadas por tudo o que diz respeito ao trabalho nas minas. As cenas iniciais chocam: a saída para o trabalho conta com um grupo em que as crianças são a maior parte da mão de obra. Ao mesmo tempo, os pequenos são as testemunhas mudas do resfolegar dos adultos, de ações que satisfazem necessidades biológicas sem que portas ou cortinas garantam privacidade a quem quer que seja.

            Aos mais curiosos, recomendo a leitura do livro e de comentários como os postados nos links abaixo indicados:

DIREITO, LITERATURA E CINEMA


HISTÓRIA, LITERATURA E CINEMA



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