O
filme que iremos assistir dia 17 de abril chama-se Germinal. Embora um pouco
“antiguinha” considerando-se o lançamento em 1993, a película dirigida
por Claude Berri reapresenta com êxito a trama romanesca elaborada pelo
escritor naturalista Émile Zola, ao final do século XIX. No elenco, atores como
Gérard
Depardieu, Jean-Pierre Bisson e Miou-Miou garantem a carga dramática e o tom
realista das cenas.
A seleção dos
conflitos retirados do romance de Zola condiz com o momento de produção do
filme: anos agitados, marcados por greves operárias (servidores públicos,
trabalhadores do transporte aéreo, por exemplo). Por outro lado, com exceção
dos planos mais fechados no semblante de Étienne (forasteiro carregado de ideias
sobre liberalismo, patrões e direitos de trabalhadores), os conflitos vividos
por esse personagem, agente social e, ao mesmo tempo, exemplo de um método
científico, não aparecem no filme. A adaptação de um romance com cerca de 540
páginas requer cortes consonantes aos aspectos que o cineasta pretende
sublinhar.
A história filmada
refere-se ao cotidiano de exploração sofrido pelos trabalhadores de várias
minas de carvão na região de Montsou, França. Salários minguados, seres humanos
humilhados, exaustivas jornadas e péssimas condições de trabalho são alguns dos
pontos apresentados na película. Ainda assim, a vida precisava continuar em
Deuxcenquarante, a vila de trabalhadores das minas Voreux, Jean-Bart e
redondezas. Gradualmente, provocados pela situação de miserabilidade e pelas
palavras do personagem vindo de fora, os mineiros começaram a ter consciência de
que a forma de vida que levavam não era algo natural, que enquanto eles penavam
por pão e água ao fim do dia, burgueses comiam fartamente. Cenas justapostas
oferecem ao espectador o contraste entre as classes, mobilizando as opiniões
favoráveis aos mineiros. Uma súbita redução de seus salários é a gota d’àgua:
os proletários não suportavam mais aquela situação e resolveram reivindicar
seus direitos, entrar em greve.
Paralelamente,
as vidas de seus familiares são afetadas por tudo o que diz respeito ao
trabalho nas minas. As cenas iniciais chocam: a saída para o trabalho conta com
um grupo em que as crianças são a maior parte da mão de obra. Ao mesmo tempo,
os pequenos são as testemunhas mudas do resfolegar dos adultos, de ações que
satisfazem necessidades biológicas sem que portas ou cortinas garantam
privacidade a quem quer que seja.
Aos mais curiosos, recomendo a
leitura do livro e de comentários como os postados nos links abaixo indicados:
DIREITO,
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HISTÓRIA,
LITERATURA E CINEMA
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