segunda-feira, 8 de julho de 2013

Nos Bastidores....

O Projeto Cinema e Literatura produziu seu primeiro filme. O curta-metragem, dirigido pelo integrante do projeto  Douglas Ávila, foi baseado no conto “Um Jovem Casal” escrito pela aluna do segundo ano do curso de Controle Ambiental Djoilize da Silva. O filme contou com a atuação de Danrley Pacheco como Miguel, Luana Araújo como Daniela e Diego Broboski como Gabriel. O roteiro foi escrito pelo grupo de roteiristas, e cenário, maquiagem, roupas, tudo providenciado e muito bem organizado pelo grupo de produção.
Compartilhando a experiência da produção do nosso primeiro filme, realizamos esta entrevista com alguns membros do grupo. Aqui você pode conhecer como funcionam as várias etapas de confecção de um filme.





Entrevista com Roteiristas:


José Camargo

1)                 O filme produzido foi baseado em um conto escrito pela aluna Djoilize, que também participou da escrita do roteiro com você e os demais roteiristas. Para compreendermos melhor, poderia dizer-nos qual  a diferença do roteiro para o conto?

R: O roteiro é a adaptação do conto transformado em um texto dramático a partir da leitura dos roteiristas. A principal diferença do roteiro para o conto é que o roteiro contém descrições detalhadas dos diálogos, cenários, ações dos personagens e principalmente da concepção visual da história.
É importante frisar que quando assistimos a um filme baseado em uma obra literária, o que vemos na tela é a impressão que os roteiristas e diretores tiveram da história original e não é, necessariamente, a mesma do autor. Os roteiristas, às vezes, modificam ou criam muitos elementos em relação à história original e a versão final vista no cinema muitas vezes difere da imagem que os espectadores que leram a obra escrita tiveram. Este ponto é a causa da principal polêmica quando se trata de adaptação literária para filme.
No nosso caso, tivemos a vantagem da autora do conto ter participado diretamente na criação do roteiro. Acredito que a versão da história apresentada no curta permanece fiel ao conto, mas tivemos a oportunidade de desenvolver melhor os personagens.



2)                 Você conduziu o grupo de roteiristas durante a escrita deste roteiro, foram necessárias muitas revisões, modificações?


R: A criação do roteiro foi feita a várias mãos, todos os roteiristas expunham suas ideias e o roteiro ia sendo escrito a partir de condensação dos diferentes pontos de vistas. O interessante é que não foram necessárias tantas modificações até a versão final, à medida que a escrita ia avançando, o entrosamento do grupo aumentava e no final do processo nós já pensávamos da mesma forma em relação à história e tínhamos praticamente a mesma opinião quando os ajustes finais foram feitos.


3)                 Você trabalhou na montagem do curta-metragem com o Douglas, imaginamos que não deve ter sido fácil, mas como foi feita a montagem? Quais programas você sugere que sejam melhores para realizar este tipo de trabalho?

R: Realmente, editar e montar um filme, mesmo um curta-metragem de apenas 7 minutos, não é tão simples quanto parece. O diretor reúne todos os takes feitos, assiste a todos e escolhe os melhores. A partir dai começamos a “emendar” tudo, é preciso cortar cada cena no ponto exato para combinar com a seguinte. Cada trecho é revisado diversas vezes para que o resultado final desejado fique bom. Após isso passamos para a parte do áudio, o processo é semelhante, todas as músicas e efeitos sonoros são selecionados e dispostos “sobre” o vídeo, colocados no tempo certo. Tudo isso sem falar em outros detalhes como a colocação dos créditos, ajustes de cores, regulagem dos volumes dos áudios, etc. Depois de tudo pronto é gerado um arquivo final com o filme pronto.
               Há diversos programas voltados para a edição de vídeo e áudio disponíveis hoje, desde aqueles com recursos mais limitados até os de nível profissional. Recomendo quem tiver interesse no assunto pesquisar na internet antes de escolher quais ferramentas de edição utilizar e veja qual é a mais adequada para a sua necessidade. Até mesmo porque este tipo de software exige um computador com um bom desempenho gráfico.


4)  Esta adaptação ou transcriação teve o resultado que você esperava?

R: Sim. Posso falar em nome de toda a equipe que participou da produção do curta que foi uma ótima experiência, aprendemos muito. Ver o fruto do nosso esforço na tela é extremamente recompensador!


Djoilize da Silva

1)                 O conto que deu origem ao curta-metragem “Um Casal” é de sua autoria. Na hora de escrever, e até mesmo depois de pronto o roteiro, você se deparou com algum elemento que divergia do conto?

R:  Se me recordo bem, não deparei-me com algum elemento que divergia do conto. Alguns detalhes foram retirados/alterados, apenas para adequar-se à versão curta-metragem; mas não divergiu do conto.

2)                 Você gostou mais de escrever o roteiro ou o conto? Por quê?

R: Gostei bastante de escrever o roteiro, pois ele exigia detalhes e possibilitou-me contribuir com mais ideias.

3)      Você não esteve presente na primeira exibição do curta-metragem, então me diga o que você espera do filme quando assistires?

R: Eu espero que o filme passe a ideia que eu quis passar aos leitores do conto: casal que tem atitudes opostas aos casais tradicionais. Além disso, a equipe empenhou-se muito para a realização do curta e anseio que o mesmo agrade os espectadores. 

4) Curiosidades? 

R: Curiosidades? Bem, a ideia inicial para o conto foi de uma jovem garota que confiava muito em seu namorado e, no final, ele assassinava ela... Como não consegui desenvolvê-la, pensei mais um pouco e escrevi o conto "Um Casal".



Entrevista com os atores:



Danrley Pacheco

1)                 Que características do seu personagem, Miguel, você pode dizer que admira?

R: O fato dele não se importar de trabalhar na casa fazendo os afazeres domésticos e sua mulher trabalhar em uma empresa. Pois acho que a questão dos papéis “invertidos” na sociedade já estão mais que na hora de deixarem de ser um paradigma.

2)                 Em algum momento você discordou da direção do filme? Como foi essa relação?

R: Não. Foi super boa, pois acho que ele pensaram no melhor para os atores e nos ajudaram muito.


3)                 Qual a sensação de estar em frente às câmeras? Ficou nervoso?

R:É uma sensação estranha, porém boa. Sim, mas não muito, pois éramos todos conhecidos, então foi mais tranquilo.

4)                 O que se pode dizer que tem em comum entre você e seu personagem?

R: Acho que a questão de não nos importarmos de fazer as atividades domésticas, pelo menos minha mãe sempre fez eu fazê-las, assim como minha irmãs, claro que um pouco menos, mas sempre fazê-las.



5)                 Qual sua expectativa quanto ao resultado?

R: Das melhores, pois o pessoal da edição sabe o que faz, e nós atores, nos esforçamos para alcançar o que eles desejavam durante as gravações, mas acredito que vou ficar mais nervoso quando assistir, e com mais vergonha.


A entrevista foi relizada no período de 22/06 a 08/07.